O primeiro brasileiro que imaginou e fez o primeiro automóvel à sua maneira foi
Santos Dumont.
Não fez um automóvel pensando no carro
propriamente dito. Mas o imaginou, criou, modificou e realizou pensando no vôo, na aeronave, no
mais pesado que o ar – que um dia iria realizar.
Estava na experiência de motor. O motor à
explosão, de gasolina, que o impressionara vivamente desde a sua primeira viagem a Paris,
não saía de seu pensamento.
Quando surgiram os primeiros triciclos encantou-se com eles :
"Sempre adorei a simplicidade do motor do triciclo, chegado à alta perfeição"
– confessa.
Mais adiante: "Foi à leveza e simplicidade do pequeno motor
do triciclo de 1897 que devo todas as minhas experiências".
Mas
deixemos as recordações do "Pai da Aviação" e
expliquemos o que ele imaginou e fez: depois de muito meditar, desenhou
um modelo e
procurou a oficina de M.R. Cabreu, perto de sua residência. Aí executou,
ele mesmo, com
o auxílio dos operários da oficina, um motor diferente, que, em síntese,
seria a
superposição de dois motores de triciclos em um só carter de modo a
acionar um só eixo
de manivela. O todo seria alimentado por um só e único carburador. Para
diminuir o peso do motor eliminou várias peças que julgou
dispensáveis – tudo sem prejuízo de sua solidez.
Depois montou esse "motor
alto" na carroceria de um triciclo comum – e conseguiu um automóvel original
para a época: leve, resistente, rápido e com três cavalos e meio de força. E o mais
importante: com o possante motor pesando apenas 30 quilos. Isso para 1897, era um grande
feito, pois nunca, até então, se conseguira fazer uma máquina motriz com peso inferior
a 10kg por HP.
Com esse veículo Santos Dumont tomou parte, nesse mesmo ano, na
prova Paris-Amsterdam. Não como corredor. Não como concorrente que disputasse a palma da
vitória. Mas como técnico que estava testando o seu motor, o seu veículo novo. Pois, se
quisesse competir de verdade, teria feito ótima figura – porque seu carro era o mais
potente em relação ao peso e à velocidade dos demais.
Em 1901, Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, em Paris, e provou que é possível dirigir nos ares. A gravura acima é uma homenagem de Eliseu Visconti
Veículo de Santos Dumont
Nenhum comentário:
Postar um comentário